.....................................................................................................................................................................Porque não só vives no mundo, mas o mundo vive em ti. .....................................................................................................

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Uma Libélula livre no ar





"Escrever é aprimorar a leitura do mundo."

"O caminho do escritor é, como dizia, Hemingway, um caminho solitário. O escritor é individualista, precisa de introspecção para encontrar sua própria voz, mas também precisa ser curioso, pesquisar, percorrer rotas externas." 
(Isabel Furini)


Quando eu a conheci pessoalmente, não imaginava que dentro daquela pequena mulher sentada à minha frente pudesse existir um verdadeiro vulcão adormecido.  Parecia tão voltada às coisas de sua família; casa, cachorros, artesanatos muito bem feitos e de bom gosto, fazia um pão caseiro delicioso e algumas vezes foi-me oferecido saborear dele em sua companhia, uma verdadeira dona de casa dominando plenamente seu reino doméstico.

Devagar foi mostrando, ali, em seu espaço virtual, forte veia poética em textos cheios de lirismo e poesias que me arrebatavam para o mundo mágico e sonhador que os poetas nos conduzem.  Teve também o tempo da crítica ácida à política e alguns costumes e me envolveu mais ainda, seguiram-se assuntos polêmicos e interessantes que ela orquestrou em blogagens coletivas inventadas por ela e que despontou num grande número de seguidores e fez muita gente se conhecer e entrelaçar-se nesta imensidão que é a blogosfera atualmente.

Entre uma postagem e outra, mais confiante na recepção que teve dos amigos pelos seus escritos, foi se mostrando uma talentosa escritora, tanto em poesia quanto em prosa.  Resgatou então aquela imensa vontade que tinha desde a tenra idade para escrever, colocar seus pensamentos, inventar estórias e personagens, além de pesquisar fatos históricos para inserir em seus textos.

Começou então o livro que será lançado agora em 14 de abril - Na Esquina do Tempo no.50 - Menopausa Modos de (se)  Usar - e eu tive o privilégio de acompanhar de perto suas palavras que brotavam entre lágrimas e risos, um misto de satisfação pela realização e de sofrimento pelas lembranças que muitas passagens lhe trouxeram.

Glorinha Leão ou L.de Lion como a conhecemos por aqui, promete, será uma grande revelação no mundo da literatura, porque tem amor por ela, sempre leu, cresceu entre os livros e não os desprezou, pelo contrário, aproveitou o máximo do que eles lhe ofereciam.

A libélula, enfim, saiu de seu casulo e está liberta, solta aos ventos de mudanças. 

Seu livro não mais lhe pertence, mas sim a todos nós que teremos o prazer de conhecer seus pensamentos mais íntimos expressos através das diversas personagens inseridas em suas páginas. Sinto-me honrada em ter acompanhado de perto este seu grande esforço e realização e muito orgulhosa em ter mais uma amiga escritora e junto vivenciado este  seu grande feito.

Nos encontramos lá, Na Esquina do Tempo no. 50 no dia 14 de abril.


Parabéns, amiga Glorinha, por realizar seu maior sonho!

Muito Sucesso!







quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sou um ser musical por natureza


Quando somos jovens criamos algumas barreiras para ficarmos iguais no mesmo círculo de amigos, principalmente se este círculo é cheio de pessoas antenadas,  espertas, moderninhas e que torcem o nariz para o que consideram brega, cafona ou chato.  Eu também já vivi esta espécie de patrulhinha cultural.  Primeiro foi a bossa nova nos anos cinquenta que eu não cheguei a aderir totalmente porque era garotinha, mas ficou marcada pela voz macia de Nara Leão e João Gilberto, Roberto Menescal, e o charme de Carlos Lyra, Tom e Vinicius, preciosidades que tocavam no toca discos ABC (igual a esta debaixo) que meu pai adquiriu somente para curtir estes e outros sons divinos e que ficaram para sempre em minha memória.

(imagem Google)

Depois veio os anos 60/70 e quem não ouvia Beatles, Bee Gees, Pink Floyd, Carpenters, aquela turma estrangeira que invadiu as rádios e que ditou moda em comportamentos e roupas, era simplesmente segregado de nosso grupinho.
Eu fazia o estilo Janis Joplin, careta e não tinha cabelão enrolado como o dela,  era liso e compridão e ainda gostava de amarrar uma faixinha na cabeça e outra na calça Lee que, acreditem, era  saint tropez e eu usava com uma mini blusa rosa com estrelas brancas aparecendo o umbiguinho.  Mas isso bem distante do meu pai, geralmente de dia, nos encontros com as amigas que também curtiam o mesmo gosto que eu.

Éramos quatro meninas metidas à besta que só!   Cabeças nas nuvens, achávamos que sabíamos tudo e quem viesse com papo de  Roberto Carlos e sua turma, a gente torcia o nariz e dizia que não entendiam de música, afinal a gente só ouvia de Led Zeppelin à Elis Regina e Edu Lobo, fazíamos questão de mostrar nossa intelectualidade musical e não perdíamos a nenhum grande festival da canção brasileira, sabendo de cor e salteado as músicas que concorriam e que tinham um forte cunho de protesto político, embora eu não soubesse de nada do que estava acontecendo nos porões da ditadura.    Eu cantei durante meses seguidos Feira Moderna de Beto Guedes e O Amor é o meu País de Ivan Lins, assim como muitas outras maravilhosas e inesquecíveis canções.  Até mesmo a diferente e inovadora BR3 que Toni Tornado, um homem negro e grandalhão, vestindo botas prateadas e dançando como um super robô, arrebatou milhares de jovens que o copiaram por muito tempo.  Era um tempo super rico em movimentos musicais e eu estive bastante ligada nele.  Cantava mais que uma cigarra em tarde de verão.

Na verdade, eu lembrei-me dessas coisas todas quando vi um vídeo no You Tube da turminha Os Mutantes, com Rita Lee ainda bem menina e linda. Essa banda foi uma das minhas prediletas e eu passava horas cantando com minhas amigas suas músicas gostosas e fáceis de interpretar.  Aquela,  "Ando meio Desligado" era meu hit predileto, pois era assim que eu era naquele tempo e às vezes pareço retornar aquela época quando entro em alfa e não presto atenção em nada que estão falando. Ainda sou uma mutante, com certeza!

E agora que não tenho mais 'turma',  nem sigo modismos, e não estou nem aí para o que pensam ou não das minhas preferências, principalmente musicais,  vou então mostrar um pouquinho do que gosto de ouvir quando estou sozinha no meu carro ou em casa.

(Laura me transporta no romantismo)
(Elton me lembra tempos mais tranquilos)

(Paul Young lembra dança de rosto coladinho)

(Faço Mozarterapia enquanto leio os blogs prediletos)








terça-feira, 5 de abril de 2011

Os 'fabulosos' negócios da China

 (Subcompacto J2 da JAC chinesa)


Depois da era Collor, aquele maravilhoso presidente que abriu os portos às variadas opções automobilísticas, deixando entrar no mercado nacional os carros de sonhos dos brasileiros, nossas ruas comportam hoje desde carros importados à velharias da era flintstones. Sim, somos daqueles que conseguem fazer malabarismos sobre os asfaltos de nossas vias e driblamos a falta de freios, velas e outros itens importantes dos carros velhos e perigosos que circulam tranquilos e impunemente entre nós. 


Agora, chegou a vez dos chineses reinvidicarem para si o trono que sempre foi dividido pelos europeus e japoneses, já que os americanos perderam esta guerra faz tempo.  Neste final de semana assisti no hall do shopping aqui da cidade, à curiosidade do povo em torno deste carrinho acima e outros mais da montadora JAC chinesa.  Em cima dos carros, cartazes enormes anunciavam 6 anos de garantia. Uau, será que vale a pena!


São lindinhos realmente e o frisson causado em torno deles parecia trazer bons resultados para as vendas, inclusive porque o preço médio é barato perto de outros desse mesmo naipe, considerando que são veículos que vem completos e as cores muito atraentes.
Achei o produto visualmente bonito, mas receio pela qualidade e acabamento do material, parecendo meio fraquinho como tudo que leva o selo 'made in China'.


A China ainda é uma incógnita para nós e para o mundo todo, apesar do crescimento econômico exuberante, ainda apresenta uma grande desigualdade social e um autoritarismo político que não convence, e a impressão que nos passa é de um país onde o inusitudado espera em cada esquina ou, quem sabe, numa nova cidade, como estas a seguir na reportagem que meu filho me mostrou ontem.


Vejam o filme e as fotos do site abaixo e depois me respondam, se souberem, porque a China tem hoje estas cidades vazias, quase fantasmas, prontas e desabitadas?  


Neste site aqui, vocês poderão ver fotos incríveis de uma cidade fantasma.







segunda-feira, 4 de abril de 2011

É preciso estar atento e forte...

( Galvezo/Corbis)


Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não sou feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos — dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou.

(Adélia Prado)




domingo, 3 de abril de 2011

Vai e abre a porta!

(Google Imagens)

Eu sempre acho que a gente tem que seguir em frente, não desistir facilmente, enfrentar alguns desafios, não ficar só reclamando. Sinceramente, gosto de novidades, de descobrir coisas, de andar, de conhecer, de abrir novas portas e, quem sabe, transcender para algo muito melhor.  Encontrar algo novo poderá ser a solução para muitas coisas.

A poesia abaixo do poeta checo Miroslav Holub, expressa exatamente este meu pensamento e é uma injeção de ânimo para quem ainda está indeciso na vida.

(Google Imagens)


A Porta


Vai e abre a porta.
       Talvez lá fora haja
       Uma árvore, ou um bosque,
       Um jardim,
       Ou uma cidade mágica.

Vai e abre a porta.
       Talvez haja um cão a vasculhar.
       Talvez vejas uma cara,
Ou um olho
Ou a imagem
                        De uma imagem.

Vai e abre a porta.
       Se houver nevoeiro
       Dissipar-se-á.

Vai e abre a porta.
       Mesmo que nada mais haja
       Que o tiquetaque da escuridão,
       Mesmo que nada mais haja
       Que o vento surdo,
       Mesmo que
                            Nada
                                     haja,
Vai e abre a porta.
Pelo menos
Haverá
Uma corrente de ar.  


 (Google Imagens)




Vai e abre a porta!