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terça-feira, 23 de abril de 2013

No Dia Mundial do Livro você pode levar o prazer da leitura a outros.


 -Imagem Facebook-

Na era da computação em massa, falar de livros parece coisa de gente velha, ultrapassada, de gente que não está integrada com o mundo atual e sua informação galopante e imediatista. Alguns até acham prazer nos e-books, livros eletrônicos que facilitam no transporte já que podem ser levados a qualquer lugar através de um dispositivo móvel, e ainda tem o baixo custo de produção, saindo bem mais barato que modelos impressos.  Mas, eu continuo completamente envolvida pela magia e sedução que um livro de verdade, onde eu possa marcar em suas páginas, a cada parada, e retornar ao prazer de segurá-lo nas mãos nos momentos em que me dedico inteiramente a este lazer. Ainda é para mim, um envolvimento de alma, daquele que "o livro fala e a alma responde".

“A máquina tecnologicamente mais eficiente que um homem jamais inventou é o livro.” 
Northorp Frye
E o livro físico nos permite também uma outra satisfação, a de partilhar com amigos, outras pessoas e até desconhecidos. Palavras surtindo em efeito de felicidade para quem as descobre.

E foi assim que vi na última quinta-feira, um motorista de ônibus frescão, folhear e ler a primeira folha do livro que deixei em seu ônibus na participação do 6o. BookCrossing Blogueiro promovido pelo Luz de Luma.  E se o livro não fosse físico, como poderia eu e tantos participar desta maravilhosa campanha que leva mais do que o prazer em achar um belo livro, a gostosa sensação de estar compartilhando com outro as palavras e ideias ali contidas?
Estes foram os dois livros que deixei em ônibus diferentes na última quinta-feira.
Poesias de Adélia Prado e uma Antologia de textos premiados da UFF, onde nossa 
saudosa amiga Glorinha Leão participou com uma linda crônica sobre a Itália.

O  primeiro livro, a Antologia de textos premiados, deixei no banco do ônibus que fui para o Rio e espero que quem o achou, delicie-se com os ótimos textos ali contidos, inclusive uma crônica muito bem escrita pela nossa inesquecível amiga Glorinha Leão.
O outro, Oráculos de Maio de Adélia Prado, o qual não julgo necessidade de maiores informações já que a autora é uma das glórias brasileiras na literatura moderna, deixei-o do mesmo modo, no banco onde estive sentada no retorno à casa. Quando levantei-me para saltar do mesmo, vi pelos vidros, que uma mulher atrás de mim, abaixou-se e pegou-o no banco. Pensei, que bom, ela parece interessada em leitura!
Mas, fiquei surpresa ao ouvi-la dizendo ao motorista que tinha achado o tal livro no banco e estava entregando-o a ele para que fizesse o que achasse de direito.
Ela desceu e caminhou à minha frente, indo para o mesmo lugar que eu. Então, dirigi-me a ela e disse-lhe:
Que pena, você iria gostar daquele livro! Ela olhou-me assustada e perguntou: Ah, então foi você que deixou-o lá?  Disse-lhe que sim, que aquilo era uma participação do mundo virtual para levar leitura e prazer a quem o encontrasse, inclusive estava escrito na primeira folha do que se tratava.
Coitada, ficou desolada e me explicou que viu sim algo escrito na primeira folha, mas como estava sem o óculos de perto, não se ateve a ler tudo e como já havia perdido coisas em ônibus, pensou que seria melhor entregar o mesmo ao motorista, quem sabe alguém iria procurar com eles na garagem! O que eu achei uma ação bastante honesta por parte dela. No entanto, o ônibus parava ao nosso lado no trânsito e ela até tentou voltar atrás e pedir de volta ao motorista, mas juntas, percebemos o quanto ele estava interessado lendo a primeira folha que explicava tudo, parado no sinal logo à frente.
Eu disse a ela: Deixa, com certeza, o livro não era mesmo para você e sim para ele, olha como está curioso e com cara de satisfeito! Ela concordou comigo e não o chamou, apenas ficamos olhando aquele homem folheando e saboreando o efeito mágico da descoberta que um livro pôde fazer em seu dia. 

Um motorista lendo poesias na massificação urbana, no tráfico violento de nossas cidades, parece algo surreal, mas é o que aconteceu naquele dia e eu fiquei muito feliz e realizada neste propósito a que me dediquei, juntamente com tantas outras pessoas neste mundo virtual.

“Um livro é a prova de que os homens são capazes de fazer magia.”
Carl Sagan

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E se você achou legal, emocionante, interessante o que eu contei, poderá ainda participar deste evento que tem hoje, no Dia Mundial do Livro, o último dia desta Campanha. Participe, clique no Banner lá em cima à direita e veja como proceder.

E leia no link abaixo os Maiores Autores da Literatura Mundial neste Dia Mundial do Livro:
http://acervo.estadao.com.br/personalidades/?categoria=Cultura&sub=Literatura




17 comentários:

Lúcia Soares disse...

Que ótimo, Beth!
Fico pensando que há um grande número de pessoas que não lê apenas porque não pode ter os livros.
Para muitos é difícil se dirigir a uma biblioteca pública, alguns acham que é até burocrático demais fazer a ficha para ser um sócio e desistem sem nem tentar. Enfim, adorei o interesse do motorista pelo livro e ainda mais pela ideia que ele levou, a de compartilhar.
Beijo!

chica disse...

Beth, que legal tua participação e aquela mulher que achou, por ser bem consciente, não o levou. Mas era pra ser pra ele, o motorista! Gostei! Imagino a cara dela como ficou ... A falta de óculos faz muiiiiiito,rs beijos,tudo de bom,chica

Regina Rozenbaum disse...

Bacana demais. Eu participo caladinha rsrs ao longo de toooodo o ano. Vou deixando em lugares bem diferentes, mas o que mais gosto de deixar é na praça, fervilhante, de alimentação do shopping e observar à distância a reação de quem encontra e lê o que deixo anexado na primeira página. Ah Bethita, minhas saudades são plural até a eternidade...pq de abstrata não tem nada rsrs. A condenação dos tradicionalistas a uma flexão consagrada como “saudades” se baseia num único argumento: a palavra exprime uma “noção abstrata” e, como tal, não é enumerável. Isso é uma ideia tão antiga e furada – e contrariada por séculos de uso – que até um prócer do conservadorismo gramatical como Napoleão Mendes de Almeida (1911-1998) mostrou-se em dúvida sobre ela.
Beijuuss amaaada e já deixo um convite pra vc colaborar com o PREMAMETTA... Pelo que te conheço, seu engajamento em causas sociais,acho que vc vai a-do-rar o projeto.
Beijuuss amaaada

Ana Paula disse...

Beth, realmente o livro era para o motorista. Poesia para ele transportar com leveza e sorriso e seus passageiros!
Muito legal a tua participação, esse movimento todo em prol da leitura.
Beijo

JAN disse...

LEGAL BETH!
O livro era para ele mesmo.
Ninguém precisa de (e merece) uma boa leitura do que um motorista de ônibus no Rio de Janeiro...;-)

Abração
Jan

pensandoemfamilia disse...

Muito interessante seu relato. Eu não vi quem pegou o livro que também coloquei em um ônibus.Mas certamente acaba nas mãos de quem se interessa.
bjs

Calu Barros disse...

A gente se comove à beça com estas surpresas gratificantes, né Betinha?
Vc, com certeza alegrou o dia daquele motorista e acendeu uma luz a mais em sua alma.
Como ficamos felizes em espalhar benefícios.Viva o livro!Viva a leitura!
Bjos e ótima semana.
Calu

Misturação - Ana Karla disse...

Que legal Beth!
Me transportei a cena do ônibus e imaginei a cena.
Ei fico imaginando que terá achado os meus.
Adoraria ler esse livro das crônicas, só pra ler a de Glorinha.
Xeros

Maria Célia disse...

Oi Beth
Também participo deste Book Crossing Blogueiro, e acho o máximo. Ainda não tive a satisfação de assistir de longe alguém descobrindo o livro.
Fico só imaginando quem poderia ser, e se essa pessoa vai passá-lo adiante.
Beijo.

Trícia Ferreira. disse...

Tb participo desde belo projeto. Não tive a satisfação de ver alguém resgatando o livro, mas quero ver se em novembro me programo pra isso, eheehehhehe....

Parabéns pela participação!

Bjs!
Trícia
http://espelhodesi.blogspot.com.br/

Camille disse...

Que bacana Beth, voce escolheu bem e ainda homenageou a Glorinha Leao.
Tb participei, uma delicia esse Bookk Crossing.
Beijos querida!!! Adoro esse cheiro de lavanda que penso sentir quando entro aqui. Lugar de muita paz.
Cam

Luma Rosa disse...

Oi, Beth!!
Sua participação me fez ir com você na sua aventura. Senti delicadeza e empenho! Pude também imaginar os sentimentos dessa mulher que entregou o livro ao motorista - indiretamente ela participou do BookCrossing e entregou à quem realmente deveria ler o livro - em um gesto de solidariedade por quem esqueceu um objeto no ônibus. E depois a supresa, também a satisfação do motorista lendo o livro - poesia no barulho!
Obrigada por participar do BookCrossing Blogueiro e fica o desejo de que os livros que você libertou, também possa libertar o pensamento de quem os encontrou.
Beijus,

Teredecorando disse...

Olá Beth,
E quanta magia o homem pode fazer através de uma leitura. Existem participações indiretas na entrega de muitos livros por esse mundo afora. Pessoas dispostas a iluminar uma mente e torna-la interessante através das leituras e do conhecimento.
Linda participação.
Eu ainda vou participar.
Beijos mil

Sonhos melodias disse...

Oi Beth!
Maravilha de participação! Muito boa essa sensação de libertar livros!
Bjs

Anne Lieri disse...

Oi Beth!Quando deixei os meus livros fiquei tão curiosa pra saber quem iria achar!...rss...legal vc ter tido tempo de ver o motorista se interessar pela leitura!Na certa ele vai ter o que fazer nas horas de folga!Adorei seu relato!bjs e boa quarta!

Rose disse...

Oi, Beth! Só hoje cheguei aqui, buscando me alimentar com seus deliciosos posts. Estou retomando aos poucos os "blogscritos" no Eternessências, como pôde ver. Coincidências não existem, mas curiosamente minha última publicação lá é sobre a leitura. Conectadíssimas, hein?
Beijos!
Rose

Dani dutch disse...

Querida web-mae,
Outro dia mesma estava comprando livors numa loja de livros de segunda mão, paguei de €0.30 até € 0.80 e pensei que facilidade que temos por aqui, enquando a dificuldade de ter acesso a livros (para algumas pessoas no Brasil) é tão grande ....
bjuss